Caros leitores,
Apresento a seguir, pensamentos que tratam sobre as verdades, nos seus mais diversos aspectos: sociais, psíquicos, espirituais, filosóficos, etc.
Iniciamos este conteúdo, com os pensamentos do autor ANSELM GRUN, que vocês poderão encontrar descritos no livro: Jesus como terapeuta - O poder curador das palavras. Anselm Grun descreve o poder de cura praticado pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio das parábolas. Trata-se de um ensinamento poderoso deixado pelo Mestre, através das palavras, a toda humanidade.
O psicólogo C.G. Jung vê o ser
humano como marcado por polos opostos. O homem comporta em si amor e agressão, razão e emoção, gentileza e
dureza, anima e animus – partes
femininas e partes masculinas da alma. Muitas vezes vivemos apenas um
polo e recalcamos o outro. Enquanto este permanecer nas sombras terá um efeito
destrutivo ao retornar. Muitos ficam chocados quando, apesar de todo esforço
para serem pessoas amáveis e gentis, descobrem em si lados insensíveis,
antipáticos e ofensivos.
Este é o tipo de choque
experimentado pelos escravos do proprietário que havia semeado boas sementes em
seu campo. “Quando o trigo germinou e fez a espiga, apareceu também o joio.
Então os escravos do proprietário foram dizer-lhe: “Senhor, não semeastes semente boa em teu campo? Donde vem, pois, o
joio? Ele respondeu: Foi um inimigo que fez isso.” (Mt 13, 26-28).
Acreditamos que semeamos boas
sementes no campo da nossa alma, mas em meio ao trigo, descobrimos o joio. Como
os escravos, nosso primeiro impulso é arrancá-lo. Mas o senhor lhes diz: “Não, para que não aconteça que, ao
arrancar o joio, arranqueis também o trigo. Deixai que os dois cresçam juntos
até a colheita. No tempo da colheita direi aos que cortam o trigo: colhei
primeiro o joio e atai-o em feixes para queimar; depois, recolhei o trigo no
meu celeiro.” (Mt 13, 29-30)
Queremos apenas ser pessoas boas,
mas também encontramos em nós uma inclinação ao mal. Queremos apenas ser
amáveis, mas descobrimos em nós ódio e sentimentos de vingança, nos assustamos
diante desse joio e queremos arrancá-lo imediatamente. Mas, se o fizermos,
arrancamos com ele também o trigo. Quem, em sua tentativa de ser perfeito,
tenta arrancar todo joio da sua alma, no fim acaba sem trigo para colher e sua
vida se torna infrutífera. A
fertilidade de nossa vida nunca é expressão de uma impecabilidade absoluta, mas
resulta da confiança no fato de que o trigo é mais forte do que o joio e
de que o joio poderá ser separado na colheita.
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Alguns acreditam que suas
motivações para ajudar os outros deveriam ser completamente puras e altruístas,
seu sacrifício pela família não deveriam ser feito com qualquer segunda
intenção. Esses são nossos ideais, mas a realidade é outra. Na verdade, nossas motivações são sempre
heterogêneas e “impuras”. Quando alguém prega e acredita que o faz
apenas para proclamar a Palavra de Deus, muitas vezes deixa de perceber a
ambição e a vaidade que se infiltram em suas palavras.
Os primeiros monges lidavam com
isso de forma mais misericordiosa e, ao mesmo tempo, mais humilde. Certa vez um
monge veio ao padre do deserto, Poimen e lhe contou que, sempre que praticava o
bem, os demônios o menosprezavam, dizendo: “- Você só faz isso para agradar aos
homens.” Então, Poimen contou ao monge a seguinte história: “Dois homens, que eram camponeses, viviam na mesma cidade. Um deles
semeava apenas poucas sementes, e estas eram impuras; o outro não semeava nada
e, portanto, não colhia nada. Agora, se surgir uma grande fome, qual dos dois
terá o que comer?”
O frade respondeu: “- Aquele que semeou
as poucas sementes impuras.” Então, o ancião lhe disse: “Façamos então o pouco e semeemos, mesmo
que as sementes sejam impuras, para que não morramos de fome.”
Em tudo que fazemos devemos ser
permeáveis ao Espírito de Deus. Mas sempre devemos permanecer humildes e contar com a possibilidade de que
nossas atividades espirituais puras se misturem com segundas intenções.
Estas são o joio. Enquanto
vivermos, o joio crescerá no campo da nossa alma. Isso nos impõe humildade e
nos protege de uma dureza falsa em relação a nós mesmos e aos outros.
Devemos ser humanos entre os humanos, não devemos nos colocar nem acima nem
abaixo de ninguém. Nós, cristãos, não devemos excluir absolutamente ninguém.
“Eu sou o caminho, a verdade e a
vida...”
Jesus Cristo